segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A distância fez meu coração ficar calmo, ou quiçá fez com que o coração se acostumasse com a tua não-presença, dessa forma não tinha mais calafrios, enjoos ou nervosismo. Tudo estava sereno, tudo estava plenamente em paz, sem nenhuma alteração emocional no meu dia-a-dia...

Até aquele dia, até aquela sexta-feira despretensiosa que levou os meus olhos darem de contra com os teus, como quando a gente esbarra em alguém e fica sem saber como agir, baixei o olhar e pensei "puta que pariu". E então, não dava mais para fugir como eu venho fazendo todos esses dias, continuei andando, p-a-u-s-a-d-a-m-e-n-t-e, tu sorriu de lado, sorriu com os olhos, eu gelei. E foi como se todo esse tempo nem tivesse passado, tudo o que eu lutei para não sentir foi jogado em cima de mim com um peso dobrado e tudo ao teu redor se fez luz.

Ela: Alô? E eu não reagi
Com os olhos olhava o que eu lembrei 
Quando andava indo
Em outra direção

Nosso diálogo soou um pouco vago para quem se conhece demais, vai ver porque não tem muito o que se dizer com os lábios quando os olhos dizem tudo. Eu lembro de ter perguntado algo sobre a tua vida e se tu estavas feliz, tu falaste que sim, e no teu sim "eu estou feliz" o meu coração se encheu de coisas boas e permaneceu em paz. Porque toda vez que eu te (re)encontro eu acredito que em um mundo cheio de egoísmo e apego, as coisas podem dar certo, alguém pode ser capaz de nos fazer sentir algo genuíno sem querer nada em troca, alguém pode ser capaz de nos despertar sensações 
indizíveis de uma forma tão simples como se isso fosse tão fácil como fazer um bolo.

E isso só me faz ter a certeza que se sentir tudo isso por ti for realmente um problema meu, haja vista que sou eu que carrego essa leveza no peito por ti, esse possivelmente é um dos melhores problemas da minha vida.

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