domingo, 6 de dezembro de 2015

Temporariamente fechado para balanço..

Você chegou feito um inquilino bagunceiro e balançou as portas do meu eu, aos poucos eu fui abrindo as janelas e quando dei por mim, tu já estavas aqui dentro fazendo baderna próximo as minhas artérias, e eu cheia de bloqueios mesmo sem jeito fui deixando, deixando e quando percebi tinha mais você aqui do que qualquer outro.
Droga, tu não tinhas dinheiro para pagar o aluguel e eu deixei, com o tempo a coitada era eu, era eu que estava economizando amor pra te entregar algo inteiro, mas como te dar algo inteiro se eu sou metade? Hipócrita eu, hipócrita você.

O que era leve, pesou. O que era bom, doeu. E então eu vi todos os meus pertences tal quais como a esperança, a leveza, sorrisos, abraços e a minha compreensão sendo jogados pela janela a baixo, logo após aquele teu porre maldito que te levou a jogar fora em um dia o que construímos com quase três anos.
Acordei com um nó na garganta, peguei o que ainda me restava, te olhei e anulei todas as formas bobas que inventei de te ver, peguei o ônibus e pela janela do ônibus vi a nossa história passar, lembrei da arritmia que você me causavas sempre que me encarava por horas e tive uma espécie de taquicardia por saber que agora eu já não posso ter isso, ter tua proteção, ter teus olhos, teus cílios, teu cheiro e você mesmo.

Acabou de acabar, viu? Antes do meu vencimento, antes mesmo do que eu tinha apostado, antes do fim do contrato, antes da reforma de final de ano, antes das promessas de início de ano, antes de eu dizer é "recíproco" em todos os teus "eu te amo's" antes de eu dizer de fato o sim, em meio aos teus pedidos de namoro/casamentos baratos.
Acabou, e olha só quando essa turbulência passar, e o tempo vier acalmar todos os ventos por aí, por favor, não se lembre de mim, não apareça dizendo que sentiu saudades do meu cheiro, das minhas insistências, não apareça aqui na porta perguntando se ainda tem um espaço vazio e você percebeu que quer comprar ao invés de alugar, pois eu te falarei sobre o ano novo, novas perspectivas e sobre como o governo aumentou a inflação por aqui, e nem todo o teu dinheiro e o teu eu será capaz de recuperar o que um dia, meu bem, eu te dei de graça.

Adeus, e feliz ano novo.

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