segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O meu amor tem um jeito manso que é só seu...


O meu amor é desses que vai ao cinema comigo, mas dorme o filme inteiro, se assusta com os estrondos, mas não solta da minha mão. Se estressa comigo em frações de segundos, e nos segundos seguintes me pede desculpas, me enche de mimos e cuidados, me acostuma mal, dá trela aos meus dramas, e fica comigo como se fosse um cheiro, daqueles que impregnam, grudam na camisa e de uma forma ou de outra ficam tão presentes até mesmo quando a pessoa já foi embora.
O meu amor sorri com os olhos, e os olhos são tão iluminados quanto os sorrisos, e tem um jeito todo seu de abraçar, abraço esse que traz paz em plena segunda guerra mundial.
O meu amor tem um jeito manso que é tão seu, já dizia o Chico Buarque, ainda que às vezes esse mesmo jeito queira explodir, pra se encher de paz outra vez. O meu amor segura a minha mão pra atravessar a rua como se eu fosse uma garota de 8 anos, mas vai ver seja isso, vai ver as sensações sejam tão boas e puras como a de uma criança.
O meu amor quer me encher de presentes, sem saber que o maior presente mesmo é só ter permanecido durante todo esse tempo.
O meu amor oscila, mas sempre volta, o meu amor tem um cheiro tão seu, tão seu que me lembra inúmeras coisas boas em uma coisa só, é como uma casa segura, é como roupa limpinha, é tão bom quanto cheiro de interior que lembra a infância, é como livro novo, é como cheiro do mar, é tão peculiar...
O meu amor, é como acordar cedo e ver que o dia amanheceu nublado, e dá aquela vontade danada de passar o dia em casa, toda embrulhada, com preguiça da vida e do mundo, porque por hora, por si só, já me basta, me basta tanto que eu já nem faço questão do sol lá fora, até porque amor, contigo tudo é tão iluminado.

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