sexta-feira, 22 de julho de 2011

Hey... I miss you.

Quero te ligar, mas não posso, mas foda-se eu quero te ligar, seria mais fácil ir te ver, mas te olhar causaria efeitos de outro mundo em mim, efeitos quais é melhor que fique bem guardado, por isso eu quero te ligar, ouvir tua voz continua sendo uma das coisas mais surreais pra mim, e te ouvir, mesmo que seja de longe deve aquietar esse meu coração teimoso que insisti em não aceitar que nós dois não podemos ficar juntos.
Eu deveria deixar de ser covarde e ligar de uma vez, mas sei lá, não sei se estou preparada, ouvir tua voz vai abalar todas as minhas estruturas, e fazer com que coisas que estão enterradas voltem, não sei, sinto medo de ti, ainda.

- Alô.
- Oi?
- Ahh que saudades de ouvir tua voz. (Falei isso mesmo?)
- Não acredito que ligou.
- Nem eu.
- Tudo bem?
- Tudo ótimo.
- Quanto tempo.
- Não foi tanto tempo assim.
- Parece que foi.
- O bastante pra me fazer querer ouvir tua voz, de novo.
- O bastante pra tu ter mudado e ter tido coragem pra me ligar, tu nunca fez isso, e pensei que nunca iria fazer.
- Não sou a mesma, e provavelmente tu também.
- É verdade, porque se fossemos estaríamos juntos.
- Não fala disso.
- Do quê? De nós dois?
- É.
- Tudo bem.
- Na verdade eu quero que tu fales, porém, eu liguei porque queria ouvir tua voz, pra vê se assim o meu coração se aquieta e aceita que eu e tu não podemos formar o "nós".
- Mania de achar que sabe de tudo.
- Mas eu não sei.
- Parece saber.
- Se eu soubesse não estaria te ligando e aceitaria de uma vez que não vamos voltar.
- Ou melhor, no fundo, no fundo tu sabes que me ligar e deixar esse teu medo de viver de lado era a melhor opção.
- Preciso desligar, meu coração e a minha mente estão descompassados tentando assimilar e guardar a tua voz de uma forma qual eu não precise mais perder o foco ao te ligar.
- Não desliga.
- Preciso.
- Me deixa te ouvir, fica me ouvindo, só isso.
- Por quê? Não faz sentido.
- Nós nunca fizemos.
- Mas no final, ambos desligaremos o telefone com uma saudade enorme, e com a certeza de que não voltaremos.
- Que assim seja, mas fica aí, me fala da tua vida, me fala dos teus medos, e diz de novo que sentiu saudades de mim.
- Senti saudades de ti, todos os dias, mas nunca admiti.
- Toda vez que encontro uma garota olho para a mesma e vejo que ela nunca poderia ser tu, e sinto saudades das semanas que passamos juntos, assim sem mágoas, assim com carinho.
- Sinto que depois que eu desligar o telefone vou chorar, não por algo ruim, e sim por que, é isso, tu ainda me causa coisas boas, mesmo depois dos mil anos longe.
- Ah vou desligar e vou fingir que nada disso aconteceu que foi um sonho, assim como tu sempre foi pra mim, um sonho.
- É, de qualquer forma, preciso continuar a minha vida desarrumada, bagunçada e covarde, assim feito a música do hateen... Eu tinha que continuar com ou sem você.
- É, então é melhor a gente desligar.
- É.
- No três?
- No três.
- 1...2...
- Eu te amo, ainda.
- É totalmente recíproco.
- Merda, eu ainda te amo... tanto.
- Três.

Tu... tu... tu...

É assim eu fui dormir com lágrimas nos olhos, por ter a certeza de que daqui a mil anos ou nos próximos mil dias eu continuarei sentindo saudades de ti e das mil coisas que vivemos em menos de mil horas.

3 comentários:

  1. De sua autoria?
    Lindíssmo. Sou completamente apaixonada por diálogos e este ficou muito bom.

    parabéns! :)

    http://amar-go.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. lindo!!!! amei!
    jah estou seguindo o blog, me segue tb!!! adorei tudo!!!
    beijocasssss =D

    ResponderExcluir