sábado, 18 de junho de 2011

Caberá ao nosso amor o que há de vir...

Eles estão limitados a conversas banais, quase-frias, necessárias, ligadas minimamente aos detalhes, nenhum quer errar, já erraram, e ambos são fiéis ao orgulho.
E de uma ironia imensa a forma como os olhares falam tudo o que a boca teme falar, e eles se comunicam através disso, mas nenhum é capaz de romper as barreiras que existem entre si e se render, se entregar, é isso, são bobos, temem a entrega, teme a dor, bobinhos, a dor sempre irá existir, sempre irá voltar, mas eles tem a chance de não passar por ela sozinhos, eles tem um ao outro, todos sabem, e eles fingem não saber, não querer.
Outro dia ela ouviu o Marcelo Camelo balbuciar "Caberá ao nosso amor o que há de vir..." E sorriu baixinho, porque ele foi a primeira pessoa que lhe veio a cabeça, outro dia ele parou para assistir uma daquelas séries complicadas e lembrou em como seria bom se ela estivesse ao seu lado lhe explicando tudo, como sempre.
Não sei o que acontece, tantas pessoas passam a vida toda se julgando sozinhos, procurando um amor, e eles se tem, da forma mais grotesca possível, mas eles possuem aquele amor recíproco daqueles que não se encontra em qualquer esquina, mas a mágoa que habita em seus corações se faz maior, ou melhor, eles a aumentam de uma forma tão grande que me faz lembrar de química, da quantidade de 1 mol.

Até quando a mágoa, o rancor, a dor, o medo vai ocupar tantos espaços dentro do teu coração? A onde é que se chega sozinho? Já dizia o Cazuza: É impossível ser feliz sozinho...
Abre os olhos, olhe para os lados, preste atenção em novos horizontes, abre teu coração, me deixa entrar, estou aqui na porta faz tempo, passei por noites escuras, pelo inverno mais frio, o seu, e por um verão escaldante, tudo porque algo sempre me disse que um dia essa porta seria aberta, que um dia você iria se permitir, e faria tudo de novo se fosse preciso.
Olha pra mim, mas olha direito, olha de um jeito profundo e vê que ficar assim não vai te levar a nada, e vai me deixar parada naquela mesma esquina qual você disse que não poderia continuar, vê que eu já não consigo mais fingir, negar, deixar...
Abre a porta meu amor, e deixa o (meu) amor entrar, o deixa mobilhar a tua casa, e o teu coração, me deixa sussurrar baixinho ao teu ouvido o que tanto ouço:
Caberá ao nosso amor o que há de vir...

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