segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mil vezes...

Acordei chorando, artodoada, olhei para os lados por força do hábito, porque afinal, eu sabia que tu não estarias ali, não mais, e talvez nunca mais, abracei o travesseiro com tanta força, tanta força, esperando qualquer coisa, qualquer calor humano que seja, ou até mesmo que o travesseiro me falasse que tudo vai ficar bem, mesmo eu sabendo que não vai.
Olhei meu celular, procurei infinitamente por qualquer rastro seu, qualquer resto seu, qualquer mensagem, qualquer foto, qualquer coisa, e não achei, afinal eu fiz questão de te apagar em tudo, mas minha mente e o meu coração o amam com tanta precisão que qualquer luta parece ser em vão, parece ser totalmente auto-destrutiva.
Senti uma explosão dentro de mim, e gritei tanto, tanto, e foi o pior dos gritos aquele que não ecoa, aquele que não assusta e nem incomoda ninguém, a não ser a mim mesma, gritei em silêncio e tudo por tua causa, tu conseguiu ouvir? Senti que cada pedaço meu foi espalhado por cada canto do quarto, e não adiantaria juntar, não adiantaria fazer nada, então resolvi colocar Boston pra tocar, no último volume, e isso foi o auge da dor, o auge da saudade, o auge do amor, amor esse que é tão extremamente intenso que faz com que eu esqueça que eu também me amo, amor tão sujo esse que me faz querer ser completamente impura só pra ver se tu me dá uma certa atenção, amor esse que é tão devastador que me deixa chorando baixinho em um canto qualquer.
Chorei todas as lágrimas existentes em mim, e me senti extremamente seca, seca de tudo, seca da vida, e cheia de ti, totalmente invadida por ti, totalmente apaixonada por ti, e sorri baixinho, porque por mais estranho que seja, por mais doloroso que seja, eu amo, como várias outras pessoas não conseguem amar, eu me entreguei, como várias pessoas não conseguem se entregar, e por mais absurdo que seja, toda essa dor, toda essa imensidão de dor, me faz forte, e me conecta a ti de uma forma que nem parece ser verdade, me conecta a ti como eu sei que jamais ninguém conseguirá...
Então, olha só, eu posso abrir a minha boca pra dizer que eu o amo de todas as maneiras possíveis hoje, agora, mas amanhã isso vai passar, e eu vou chorar não por ti, e talvez nem por mim, e sim por todo essa imensidão de amor que eu vou me orgulhar por ter sentido, e sim por ter me tornado mil vezes mais forte por ter sofrido mil e uma vezes por ti!

4 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAH! minha cara. Tu tens um dom que OMD, lindo lindo, arrazou no baffon (ain eu nunca tinha falado que nem gay de verdade)!

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  2. adorei aqui, to seguindo!
    Você escreve muito bem, belo texto.

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