sábado, 2 de abril de 2011

Relato de um pai.

Meu filho era uma ótima pessoa, mas nunca soube dar valor a isso, nunca dei a atenção que ele merecia, nunca o elogiei, nunca disse que sempre senti orgulho dele, nunca falei que o amava, não lembro a última vez que o abracei, e meu filho continuou me admirando, me amando, tentando ser bem melhor por mim e por ele. Meu filho sempre foi o melhor aluno na escola, o melhor jogador de xadrez, o melhor contador de piadas que eu já conheci, mas nunca fiquei sorrindo na frente dele, sempre fui um homem grosso e frio, e ainda sim ele me amava, e uma vez rebateu ao dizer que um dia eu sentiria muito orgulho dele, e já sentia, mas nunca disse...
Quando ele fazia algo de errado, eu sempre falava coisas negativas, nunca procurei o ajudar, saber o que acontecia na vida dele... Mas de alguma forma eu sempre ia atrás dele, pra falar da hora, pra brigar, pra dizer pra ele não fazer certas coisas, mesmo não sendo errado.
E a única vez que eu não fui, eu o perdi.
Meu filho se foi sem saber que eu o amava, que eu o admirava, que eu sentia um orgulho enorme. Meu filho tinha um futuro brilhante pela frente, mas se foi, acho que a missão dele na terra foi feita, que era fazer um homem duro, frio e ignorante como eu mudar, é uma pena saber que foi tarde demais...

Hoje eu sinto a falta dele, todos os dias, todas as horas, todos os segundos, em alguns momentos cheguei a pensar que não adiantaria viver sem ele, mas eu sei que meu filho quer que eu viva, que eu seja feliz, que eu ame, e faça questão de ser amado, que eu demonstre, que eu admire, que eu VIVA!

A única coisa que eu quero dizer a vocês, aproveitem, aproveitem. Porque eu? Ah eu trocaria de lugar com o meu filho se fosse possível, só pra compartilhar mais uma vez aquele sorriso.

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