domingo, 14 de março de 2010

Aquela tarde de chuva...


Eu resolvi sair, pra andar sem destino, me sentir leve, e livre para poder imaginar o que eu quisesse, mas começou a chover e eu continuei andando, e a cada pingo de chuva, era como se fossem também pingos de lembranças, lembranças que há tempos eu tinha feito questão de esquecer, de tentar não lembrar. E a cada pingo, eu me via correndo novamente para os seus braços como uma louca que precisa se hospedar em algum lugar, como se você fosse meu hospício particular, e só depois percebia o quanto estava encharcada e nem ao menos me importava, lembro de você dizendo que íamos ficar resfriados por ficar tanto tempo na chuva, mas que não iria me deixar sair dali e assim me olhava e sorria, e então me puxava para bem perto e me dava um beijo, era incrível como depois de tanto tempo eu ainda conseguia sentir frio em todas as vezes que você fazia isso, eu dizia que estava com frio, e você dizia que era por causa da chuva, e me dava sua camisa, e me abraçava forte, tão forte que chegava a doer, mal sabia que todas essas suas formas pra fazer com que o frio amenizasse não iria fazer tanta diferença porque na verdade o frio não era apenas esse, e não só aquela hora, era literalmente como em todas as vezes que o via...
Lembro de todo o tempo que ficamos sentados, vendo a chuva nós molhar cada vez mais, sem nem nós importar, lembro que era daquele momento que eu precisava, e da certeza que ninguém tiraria aquela tarde de chuva de mim!
De todos os vestígios de você que ainda insiste em permanecer em mim, e dessa tarde que eu quero sempre lembrar, e desse momento que voltaria a viver, só para ter aquela antiga e boba garota de volta, que só você despertava em mim.
Lembro de você, mesmo não querendo lembrar, mesmo sabendo que nunca vou esquecer.

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